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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

FANZINEIROS DO SÉCULO PASSADO



Capítulo 1: As dificuldades para botar o bloco na rua e a rede social analógica.

Se ninguém faz, façamos!Pesquisar, digitar, recortar, colar, diagramar, copiar, montar, dobrar, distribuir. Isso pode parecer algo muito simples quando se tem por perto um computador conectado à internet e uma impressora. Porém, até a metade da década de 1990 para realizar essa tarefa era necessário ter alguns contatos, máquina de escrever, lápis, canetinha, tesoura, cola, dinheiro, grampeador, tempo e muita força de vontade. As redes eram formadas via carta e o processo era muito lento, mas nem por isso pouco energético. Assim era a vida dos Fanzineiros do Século Passado, que faziam de tudo - até burlar as leis - para fazer circular uma determinada informação. Simplesmente por estarem fartos de tudo que era padronizado, não ficaram apenas observando e engolindo tudo que aparecia: eles foram lá e fizeram.
O Projeto “Fanzineiros do Século Passado” surgiu em meados de 2010, com o intuito de cobrir a lacuna de não haver algum documentário audiovisual brasileiro falando exclusivamente sobre os fanzines produzidos por essas terras. Uma das características do projeto é ter os mesmos propósitos e objetivos dos fanzines, ou seja, totalmente “do it yourself”, sem necessariamente valer-se de um “padrão globo de qualidade”, sem fins lucrativos e, principalmente, com muita colaboração.
No período de abril a novembro de 2010 foram registrados 21 depoimentos por mim e mais um gravado por Patrícia Amitrano. A primeira parte do documentário já está disponível e foi batizado como: Fanzineiros do Século Passado - Capítulo 1: As dificuldades para botar o bloco na rua e a rede social analógica. O foco desse capítulo ficou nos contatos via carta (que constituiu uma sólida rede social analógica), nos flyers que divulgavam fanzines por todo o mundo, a montagem artesanal, e as falcatruas para colocar os zines pra circular. E para contar essa história nada melhor buscar quem viveu intensamente a arte de produzir fanzines: os próprios fanzineiros! As histórias são tão parecidas, que foi possível seguir uma sequência como se fosse uma única fala. O que, na verdade, é isso mesmo. Embora não tenha sido a intenção, foi inevitável deixar um gostinho nostálgico nos depoimentos, afinal, as décadas de 1980 e 90 foram as mais efervescentes na produção de fanzines: nunca tantos títulos foram lançados. Foram épocas que aqui, nesse documentário, são contadas com muita emoção por alguns de seus personagens.
Esse documentário foi apresentado em festivais como 1º Ugra Zine Fest (São Paulo), I Fanzinada (Santo André), 24 Hours Zine Chalenge (Toronto, Canadá), Bradford Zine Fayre (Reino Unido), Engenhoca (Rio de Janeiro), Festa Inferno (Volta Redonda). Também em locais como Cine Clube Nosso Tempo (Rio de Janeiro), CCJ RuthCardoso (São Paulo), UERJ, SESC Barra Mansa, Subterrânea (Resende), Circo Voador (Rio de Janeiro), entre outros.
Título: Fanzineiros do Século Passado – Capítulo 1: As dificuldades para botar o bloco na rua e a rede social analógica .
Idealização, coordenação e direção: MÁRCIO SNO
Câmeras: MÁRCIO SNO e PATRÍCIA AMITRANO
Assistente de Gravação: CALVIN KONNO
Edição: MÁRCIO SNO
Trilha Sonora: POINDEXTER
Duração: 31’14”
Formato: Digital, Colorido, Widescreem
Local: São Paulo, Brasil, 2011
Link para assistir e baixar: http://www.vimeo.com/19998552
MÁRCIO SNO
Nos anos de 1990 editou os fanzines Aaah!!, Don’t Worry!!, Ejaculação Precoce, Lady Die! (todos de cultura underground geral) e Pleasure (erótico), colaborou em diversos fanzines e participação em fanzines coletivos (Bodega, Medonho!, Os Mardito etc.). No mesmo período fez ilustrações para inúmeras bandas e fanzines (flyers, demo-tapes, CDs, camisetas, capas, logotipos etc.). À partir de 2000 coordenou diversas oficinas de fanzines, além de publicar o fanzine Arreia! e, em 2007 lançou a cartilha Fanzines de Papel, resultado de um trabalho de pesquisa, abordando o contexto histórico dos fanzines e dicas de como produzi-los. Esse material é referência para pesquisas na área de comunicação.
Atualmente é orientador pedagógico em uma ONG e editor-assistente do Portal Rock Press/marciosno@gmail.com.

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