Desconsiderando desenho rupestre,
escrita egípcia e grega, o Yelow Kid do americano Oltcat, e as edições do
inglês Armsworth, que respectivamente em 1897 e 1890 publicaram algo como
“quadrinhos”, seja lá quem for não deve mencioná-los sem citar ANGELO AGOSTINI que,
ainda jovem, em 1869, desembarcou no Brasil e os antecipou. No momento em que o
processo digital globalizado comanda toda comunicação e hipnotiza a juventude
com vídeos games – e até “Jeca Tatu” fala no celular – é de pasmar a revitalização
das histórias em quadrinhos, que se tornou a bola da vez. Aí está o fenômeno
dos magás japoneses e páginas inteiras do gênero nos jornais do mundo inteiro.
Até intelectuais as utilizam como instrumento didático, e, no Brasil, o
centenário da morte de Machado de Assis foi comemorado com uma magnífica obra
quadrinizada. Mas não se deve abordar o assunto, sem lembrar Agostini.
Sua estréia como desenhista foi
no O COXO, o primeiro jornal paulista a publicar uma matéria ilustrada.
Abolicionista convicto, já no Rio – então capital da república – Agostini não
poupou o governo do imperador Pedro II, e, certamente, Impressões de uma viagem
à corte, publicada diariamente num jornal carioca, foi das primeiras “tiras” de
quadrinhos do mundo. Outro que não pode ser esquecido é o baiano Adolfo
Aizem, pioneiro da história em quadrinho “moderna” no Brasil.
Embora desavisadamente, com
prejuízo para nossos desenhistas e nossa cultura, tenha importado toda uma gama
de “heróis” de fanfarrice de quadrinhos americanos, como os flash gordons,
super-mans e “mandrakes”, depois se redimiu. Só, sem nenhum apoio, com
obstinação de um missionário, procurou conscientizar os jovens, passando a vida
inteira editando em quadrinhos as histórias dos grandes autores brasileiros.
Suas magníficas edições da EBAL revelaram grandes artistas como Monteiro Filho,
André Le Blank, Antônio Euzébio, Zé Geraldo e Fernando Dias da Silva, que nos
EUA substituiu o consagrado Alex Raymond,
criador do “astronauta” FlashGordon, que
já no início do século passado perambulava pelo espaço sideral.
Fonte : Blog Apressado pra Nada / Zé Geraldo Barreto .
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